Antes de falar algo sobre o que é Cuidado Paliativo, para que serve, quem realiza esse cuidado, ou algo do tipo, trazemos um trecho do livro "A Culpa é das Estrelas" de John Green para reflexão:
"Faltando pouco para eu completar meu décimo sétimo ano de vida minha mãe resolveu que eu estava deprimida, provavelmente porque quase nunca saía de casa, passava horas na cama, lia o mesmo livro várias vezes, raramente comia e dedicava grande parte do meu abundante tempo livre pensando na morte.
Sempre que você lê um folheto, uma página da Internet, ou sei lá o que mais sobre câncer, a depressão aparece na lista dos efeitos colaterais. Só que, na verdade, ela não é um efeito colateral do câncer. É um efeito colateral de se estar morrendo. (O câncer também é um efeito colateral de se estar morrendo. Quase tudo é, na verdade.) Mas a mamãe achava que eu precisava de tratamento, então me levou ao meu médico comum, o Jim, que concordou que eu, de fato, estava nadando numa depressão paralisante e totalmente clínica e, portanto, ele ia trocar meus remédios e, além disso, eu teria que enfrentar um Grupo de Apoio uma vez por semana."
Para dar início ao assunto de Cuidados Paliativos, primeiro é necessário falar de Hospice, derivado da palavra em latim hospes, que significa desconhecido, forasteiro, era abrigo para os peregrinos durante suas viagens, onde eram cuidados os enfermos que estavam morrendo, sendo seu objetivo inicial acolher o próximo em seu sofrimento e tinha como característica o acolhimento, a proteção, o alívio do sofrimento, mais do que a busca pela cura. Hospice moderno é um termo utilizado para caracterizar a filosofia do cuidado integral e multiprofissional ao paciente com uma doença incurável. Essa ideia de hospice moderno foi criada por Cicely Sanders - Enfermeira, Assistente Social e Médica -, fundadora do St. Christopher Hospice no Reino Unido, que se tornou modelo mundial para instituições que abordam os cuidados paliativos. Saunders foi quem deu o pontapé inicial para todo o processo da medicina paliativa. Mas afinal, o que significa Cuidados Paliativos? O termo paliativo, também, deriva do latim do verbo Pallium, que significa manto usado pelos peregrinos em suas viagens aos santuários para sua proteção. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), "cuidados paliativos é uma abordagem que aprimora a qualidade de vida dos pacientes e famílias que enfrentam problemas associados com doenças ameaçadoras da vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, por meio da identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e dos outros problemas de ordem física, psicossocial e espiritual". Então qual a diferença entre Hospice e Cuidados Paliativos? Nenhuma, são sinônimos, pois ambos consistem em diminuir ao máximo possível a dor e outros sintomas dos pacientes, permitindo, assim, uma maior autonomia e independência dos mesmos.
Imagem retirada do site: http://www.saudeoral.pt/news.aspx?menuid=8&eid=4928
Princípios do Cuidado Paliativo:
São nove os princípios na área de cuidados paliativos elencados pela OMS considerados fundamentais, porém um não é menos importante que o outro:
- Promover alívio da dor e outros sintomas que causam sofrimento;
- Afirmar a vida e considerar a morte como um processo natural;
- Não pretender apressar, nem retardar a morte;
- Integrar os aspectos psicossociais e espirituais ao cuidado do paciente;
- Oferecer sistema de apoio com intuito de ajudar pacientes a viverem ativamente tanto quanto possível até a morte;
- Oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do paciente e seu próprio luto;
- Utilizar equipe para abordar as necessidades dos pacientes e seus familiares, incluindo aconselhamento para o luto, se indicado;
- Reforçar e aprimorar a qualidade de vida e, também, influenciar positivamente o curso da doença;
- Ser aplicável no início do curso da doença em conjunto com outras terapias que prolonguem a vida, como químio e/ou radioterapia, e incluir investigações necessárias para o melhor entendimento e abordagem das complicações clínicas que causam sofrimentos.
Referências Bibliográficas:
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