quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Trabalho em equipe em Cuidados Paliativos



               Relembrando um pouquinho, percebemos que os Cuidados Paliativos são uma abordagem terapêutica que buscam garantir a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares diante de problemas associados a doenças ameaçadoras da vida.
               Para que o serviço ofertado seja satisfatório à unidade de cuidado, é necessário que a equipe multiprofissional envolvida no cuidado funcione bem. Existem alguns requisitos, eu diria até boas dicas para que isso aconteça da melhor forma possível. De acordo com o Manual de Cuidados Paliativos da ANCP (2012), é preciso que cada componente da equipe conheça muito bem o que é da sua área de conhecimento, além de saber trabalhar com profissionais de diferentes especialidades. A chave para o sucesso do trabalho é a comunicação.
               Outro aspecto importante é a capacidade de flexibilização pessoal do profissional. Ele executa ações específicas de sua área, como também executa ações comuns com os outros profissionais. Dessa forma, o trabalho em equipe permite a conexão de saberes integrados, provenientes de distintos campos de conhecimento. Respeito, ética, sensibilidade e sinceridade devem sempre nortear a equipe durante o tratamento.
               Alguns pré-requisitos para que a eficiência do trabalho seja alcançada incluem:
  • o   Consenso e clareza nos objetivos, estratégias e condutas propostas;
  • o   Reconhecimento da contribuição pessoal específica de cada membro;
  • o   Horizontalidade nas relações, com uma coordenação coerente com suas funções;
  • o   Competência de cada membro na sua área;
  • o   Comunicação efetiva entre os membros;
  • o   Procedimentos para a avaliação da efetividade e da qualidade dos esforços da equipe;
  • o   Confiança, sigilo e ética entre os profissionais;
  • o   Resolução de conflitos dentro da equipe.


                 http://www.sobreadministracao.com/como-transformar-sua-equipe-em-um-time/

               Em seguida, faremos breve descrição do papel do médico e do nutricionista nessa equipe.
                      O médico paliativista deve realizar os diagnósticos clínicos. É também do médico a responsabilidade de propor tratamentos, medicamentosos ou não, que sejam compatíveis com o momento de vida do paciente, de forma a garantir não só alívio de sintomas desconfortáveis, mas também a dignidade de vida até o fim. A principal atribuição seria a de coordenar a comunicação entre a equipe, o paciente e sua família, não devendo o profissional da medicina passar para outros integrantes da equipe a responsabilidade de conversar com o paciente e sua família sobre esses aspectos diretamente ligados com a doença. É imprescindível que esse profissional comunique a equipe sobre os aspectos clínicos da doença, os tratamentos indicados, para que todos da equipe falem a mesma língua. Portanto, ele trabalha como um facilitador para que toda a equipe trabalhe e ajude o paciente a exercer sua autonomia.
                      O nutricionista é um dos profissionais responsáveis por oferecer recursos e esclarecimento aos pacientes e seus familiares. Portanto, habilidade para se comunicar é fundamental, e tão importante quanto possuir conhecimento técnico dentro de sua especialidade. A nutrição tem especial papel preventivo, possibilitando meios e vias de alimentação, reduzindo os efeitos adversos provocados pelos tratamentos, retardando a síndrome anorexia-caquexia e ressignificando o alimento. Em adição, auxilia no controle de sintomas, procura manter hidratação satisfatória, preserva o peso e a composição corporal. O profissional nutricionista é um dos profissionais que pode auxiliar na evolução favorável do paciente. Frequentemente se depara com verdadeiros impasses em relação à conduta dietoterápica. Nos casos de dilema, recomenda-se considerar oito passos para a tomada de uma decisão sobre a terapia nutricional do paciente: condição clínica, sintomas, expectativa de vida, estado nutricional, condições e aceitação de alimentação via oral, estado psicológico, integridade do trato gastrintestinal (TGI) e necessidade de serviços especiais para oferecimento da dieta. A ingesta de alimentos e de líquidos normalmente diminui no estágio terminal de uma doença, sendo que o paciente não deve ser forçado a receber alimentação e hidratação. A terapia nutricional em Cuidados Paliativos pode ser indicada e utilizada, porém a decisão relacionada à sua prescrição deve considerar o quadro clínico, o prognóstico, os riscos e benefícios da terapia proposta, a vontade do paciente e familiares frente à situação. Lembrando que respeito, ética, sensibilidade e sinceridade devem sempre nortear a equipe durante o tratamento.
               Referências  Bibliográficas
Manual de Cuidados Paliativos. Academia Nacional de Cuidados Paliativos. Ampliado e atualizado 2ª edição. 2012.



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