quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Trabalho em equipe em Cuidados Paliativos - Parte II

Continuando a falar sobre os profissionais que compõe a equipe de Cuidados Paliativos, vamos discutir o papel do enfermeiro, assistente social e capelão. 

      A enfermagem é uma arte e uma ciência. Como enfermeiro, você aprende a prestar cuidado com compaixão, carinho e respeito à dignidade e individualidade de cada cliente. Como ciência, a enfermagem baseia-se em conhecimentos que estão mudando continuamente por intermédio de novas descobertas e inovações.
                                                                                                                                   POTTER, 2012

   Em 1997, a Associação Européia de Cuidados Paliativos achou necessário  estabelecerem-se recomendações para a formação e treino de enfermeiros em cuidados paliativos.
        Em 1999, o Conselho da Europa estipulou que a "obrigação de respeitar e preservar a dignidade da pessoa com doença terminal ou em agonia deriva da inviolabilidade da dignidade humana em todos os estádios da vida. Esse respeito e proteção encontra a sua expressão na criação de um adequado ambiente que proporcione ao doente morrer com dignidade".
                                                                                                                                     ANCP, 2006

          Nos cuidados paliativos, se faz necessário o acompanhamento do enfermeiro ao enfermo durante todo o tratamento, já que o cuidar é o pilar principal da profissão. A avaliação do enfermeiro deve incluir, além dos aspectos físicos, as dimensões psicossociais e espirituais da experiência em que o paciente e a família está vivendo. Estes pequenos cuidados ajudam a estas pessoas a enfrentarem com um pouco mais de facilidade este processo ao qual estão passando. 
                Quando se trata de enfermagem nesse tipo de cuidado, deve-se prezar pelo não abandono, pelo acolhimento espiritual do doente, além do respeito à verdade e à autonomia do mesmo. Estar sempre com o paciente e sua família afim de sanar dúvidas e dificuldades que tiverem em relação ao tratamento também é um ponto que deve ser reforçado ao enfermeiro dessa equipe, principalmente quando o paciente será acompanhado em domicílio, pois muitos procedimentos e/ou  cuidados deverão ser realizados continuamente em casa, então, o cuidador deve estar capacitado para realizar tais tarefas de forma eficiente e cabe aos enfermeiros estas orientações para que todo este processo se dê da melhor forma possível. 

"A enfermagem, ao cuidar de uma pessoa em fim de vida,
precisaria conhecer essa pessoa e a sua família, saber das suas
necessidades e limitações, e simultaneamente ter consciência
das próprias capacidades e limitações enquanto enfermeiros, de
modo a direcionar as ações para ajudar o doente nesta etapa do
seu continuum vida-morte e a sua família no processo de adaptação-
desadaptação. O ato de cuidar não se resume ao doente,
uma vez que consiste essencialmente numa relação de ajuda, na
arte de assistir a pessoa e a sua família".
                                                                    
                                                                                                                                     GUEDES, 2007

http://www.coren.rn.gov.br/index_.php?pageNum_rs_evento=5&totalRows_rs_evento=1023


           Outro profissional que se faz importante nesta equipe é o assistente social. 
           No Brasil, a busca pela ampliação e garantia dos direitos relativos e ações de saúde ;e um movimento contínuo e que vem se fortalecendo desde a Constituição Federal e a implantação do Sistema Único de Saúde, em 1988. A partir dessa época, uma série de exigências vem se colocando aos setores da comunidade científica e profissional que se dedicam as questões relacionadas com a saúde. Uma dela diz respeito a forma de abordar as questões relativas à saúde, a qual deve levar em conta não somente aspectos físicos dos indivíduos, mas também, fatores socioeconômicos, culturais e ambientais que influenciam e determinam as condições de vida  e saúde dos mesmos. Saúde não significa apenas a ausência de doença. 
SIMÃO, 2010

          Os assistentes sociais, junto com o restante da equipe, deve fortalecer o sistema de apoio ao paciente, afim de evitar que este tenha que enfrentar situações estressoras que propiciem a piora do seu quadro ou que gerem sentimentos de abandono, limitação ou dependência. Este profissional busca contribuir para que o paciente sinta-se respeitado em todos os âmbitos, além de trabalhar o resgate da dignidade, que, muitas vezes, se perde com a descoberta da doença e a impossibilidade de cura, além, é claro, do que já foi exposto em relação à ajuda no convívio social, frente às pessoas e órgãos que deverão prestar ajuda à este paciente e família, que por muitas vezes abandona sua vida, trabalho e família, deixa de ser o provedor da casa para ser o cuidador daquele paciente, fragilizando assim a sua vida financeira, abalando então, todo o restante da família. 
http://servicodesaude.blogs.sapo.pt/tag/cuidados+paliativos

            Nas unidades hospitalares e em equipes de cuidados paliativos, também é comum encontrar a presença de um capelão. A Capelania tem como missão atuar nos hospitais através de voluntários capacitados que levam amor,conforto e esperança aos paciente, familiares e profissionais da saúde, vivendo a fé  através do atendimento espiritual, emocional, social, recreativo e educacional, sem distinção de credo, raça, sexo ou classe social, em busca  contínua da excelência no ensono e no ministério de consolo e esperança eternos. 
Associação de Capelania Evangélica Hospitalar

Para entender melhor sobre a atuação do capelão na equipe de cuidados paliativos, acesse: O Capelão na equipe de cuidados paliativos


REFERÊNCIAS
POTTER, P.; PERRY, A.G. Fundamentos de enfermagem. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 1480p.
SANTOS, D. B. A., LATTARO, R. C. C., ALMEIDA, D. A. de. Cuidados Paliativos de Enfermagem ao Paciente Oncológico Terminal: Revisão de Literatura. Revista de Iniciação Científica de Libertas. São Sebastião do Paraíso, v. 1, n. 1, p. 72-84, dez. 2011. 
SIMÃO, A. B., et al., A atuação do Serviço Social junto a pacientes terminais: breves considerações. Serv. Soc. n. 102. São Paulo. Abr./Jun, 2010.
Associação Nacional de Cuidados Paliativos, Formação de enfermeiros em cuidados . paliativos. Março, 2006. Disponível em: <http://www.apcp.com.pt/uploads/Recomendacoes-Formacao_em_CP.pdf>
Associação de Capelania Evangélica Hospitalar. O que é capelania?. Disponível em: <http://www.capelania.com/2008/o-que-e-capelania.html>
BRAGA, E. M. et al. Cuidados paliativos: a enfermagem e o doente terminal.  Investigação, v 28 . 10, n. 1, p. 26-31, 2010.




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